Opinião

“Hemorroida, esse mal do mundo que vem do fundo.” (Toim da Meruoca)

Ler no banheiro é uma prática popular no mundo inteiro. uns dizem que ela ajuda a relaxar, outros que a velha posição, enquanto se aguarda o momento da evacuação, não é adequada, pois contribui com o aparecimento de cada uma das veias varicosas do ânus e da parte inferior do reto. Portanto, o hábito de leitura no banheiro é bastante questionado, a sua discussão é antiga e requer atenção e cuidados. Senão, vejamos.

Contam que, em 2750 a.C., a medicina egípcia já se preocupava com as doenças anais. Existia até um médico pessoal do Faraó que possuía o título de “O guardião do ânus do Faraó”. No entanto, os soberanos do antigo Egito não sabiam ler.

Os livros sagrados do budismo, na Índia, registram o nome do médico Jivaka, notabilizado pelas operações que efetuava e pelas alusões ao tratamento de hemorroidas. Ele não associava o hábito da leitura ao defecar com as patologias dos “fiofós”.

Na Grécia, Hipócrates conta o tratamento das dilatações de veias anais por meio de sangria no braço para conter o fluxo hemorrágico. Embora não sofressem de prisão de ventre, em sua maioria, os gregos mal usavam a abertura exterior do tubo digestivo, na extremidade do reto, para expelir seus excrementos.

Já, no Brasil, atribui-se a falta de leitura de alguns dos seus governantes às grandes livradas ocorridas na história política do País.

Hoje, constam em diversas publicações da área de saúde que o hábito de ler no banheiro é realmente prejudicial para quem sofre de hemorroidas, e é capaz de causar complicações como a trombose hemorroidária.

Pois bem. Se ler no banheiro e hemorroidas formam uma infeliz combinação, recomendamos aos leitores que não acabem esta crônica numa sentada só. Como nem todas as histórias são curtas, programem-se para sincronizar o tempo da leitura com o da evacuação. Assim sendo, acreditem, esta leitura não lhes trará qualquer mazela.

No mais, relaxe e leia! Moderadamente, é claro.