Opinião

Francisco Delalmeida transforma a rotunda do CCBB RJ em santuário – Aldonso Palácio

Vista da exposição Brasilidade Pós-Modernismo no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro. As xilogravuras de Francisco de Almeida chegam a medir mais de 4 metros de altura

A exposição Brasilidade Pós-Modernismo, recém-inaugurada no CCBB Rio de Janeiro, celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e lança luz aos traços, remanescências e conquistas que o movimento trouxe, no decorrer dos últimos 100 anos, às artes plásticas do Brasil e reflete, a partir da atualidade, sobre um processo de rever e reparar este contexto.

Com curadoria de Tereza de Arruda, a mostra chama atenção para as diversas características da arte contemporânea brasileira da atualidade cuja existência se deve, em parte, ao legado da ousadia artística cultural proposta pelo Modernismo. Nuances que o público poderá conferir nas obras dos 51 artistas de diversas gerações que compõem o corpo da exposição, dentre eles Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, Beatriz Milhazes, Cildo Meireles, Luiz Hermano, Luzia Simons, Ernesto Neto, Nelson Leirner, Maxwell Alexandre, Leonora de Barros e Tunga.

O destaque vai para o conjunto de obras de Francisco Delalmeida (1962), cearense de Crateús, notável por suas xilogravuras de grandes formatos tomados por pictorialidade sacra e cosmológica típicas do sincretismo da fé nordestino-brasileira. As 18 obras foram erguidas no topo da rotunda central do edifício histórico, como flâmulas a glorificar a nave de um templo. O processo foi acompanhado pelo galerista Leonardo Leal, que representa o artista através de sua homônima galeria baseada em Fortaleza. As obras foram cedidas à instituição como empréstimo pelo período de 1 ano e 1 mês, tempo da mostra completar sua itinerância ainda por outras capitais brasileiras. 

Deixe uma resposta

Compartilhe

VEJA OUTRAS NOTÍCIAS