Opinião

Fases – Totonho Laprovitera

“O matrimônio é a principal causa do divórcio.” (Groucho Marx)

Sobre relacionamentos, em um comprido banco da Praça do Ferreira, ouvi um certo senhor – quem revela a fonte é água mineralde conversa afiada, à boca miúda descrever suas fases de diversas maneiras. Na sequência, pontuou: 

– Primeiro vem a paquera, com olhares que despertam desejos, cheia de galanteios, flertes e indiretas amorosas. 

Depois, com o namoro, chega a paixão, daquelas de cegar qualquer cristão. A paixão é um sentimento forte, mas passageiro. É provocador, impulsivo, desesperador e inquietador. 

Aí a paixão vira amor, que é um tanto mais racional. Nele, os amantes fazem planos de vida a dois e se casam. Cheio de reciprocidades, o casal forma intensos vínculos afetivos, capazes de doações próprias, até o sacrifício. Carinhosos, dedicam-se um ao outro e, naturalmente, aos filhos.

No dia-a-dia de sempre, de tanto grude, cuidado e zelo, o amor se transforma em amizade, quando a dependência recíproca passa a prevalecer. É aquele sentimento de simpatia recíproca, independente de vínculo sexual ou de parentesco. Alguns casais passam até a ser fraternos. 

Finalmente, depois de tanto tempo, a amizade passa a ser previdência. Cuidadosos, os dois se protegem – além dos filhos e netos – na doença, na velhice, no ócio e coisa e tal. 

Aí eu perguntei o que ele achava de um certo sujeito que havia acabado de trocar a esposa por uma jovem senhorita. Ele, ajeitando o cabelo mais desarrumado do que bunda de macaco, respondeu: – “Vou dizer uma coisa. Aqui mesmo em Fortaleza, do alto dos meus tantos anos bem vividos, eu nunca vi mulher nova lavar cueca suja de velho gagá.” 

É, o mundo tá desse jeito, cheio de gente opiniosa sobre todo o tipo de assunto.

Esticando a baladeira, aconteceu na cerimônia de noivado de Eremilce e Astrolábio, no Bairro Cidade dos Funcionários. Após expor léguas de boas intenções, o noivo se aproximou do sogro e pronunciou: 

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