Opinião

Eu artista – Totonho Laprovitera

Totonho Laprovitera

Arte em minhas teias… arde em minhas veias… 

Comumente, artista vive na produção de arte e no fazer artístico criativo. Mas, em diversas culturas, há tempos essa definição tem variado bastante e seu entendimento está diretamente relacionado a discutíveis conceitos de arte. 

Pois bem. Recentemente me surpreendi ao ouvir de um amigo galerista que eu seria considerado um “artista por hobbie”. Ora, depende. Se for como atividade de passatempo ou de entretenimento, puro e simples, discordo! Já, se esse “hobbie” procede do imenso prazer que sinto ao fazer arte, aí, sim, eu faço é questão de ser! 

Agora, bem lembrando, em ofícios paralelos às das artes plásticas, o artista Alfredo Volpi foi marceneiro, tipógrafo e decorador de fachadas; Anita Malfatti e Vicente do Rego Monteiro, professores; Caribé, jornalista; Claudio Tozzi, Fernando Campana, Flávio de Carvalho, Ismael Nery e Roberto Burle Marx, arquitetos; Estrigas, dentista; Hélio Rola, médico e professor; Henri Matisse, advogado; Jean-Pierre Chabloz, músico, professor e publicitário; José Pancetti, marinheiro; Mário Baratta, advogado; Paul Gauguin, marinheiro e corretor de valores; Pedro Américo, cientista, filósofo, político e professor; Raimundo Cela e Sansão Pereira, engenheiros; Tarsila do Amaral, tradutora; Van Gogh, ministro leigo de igreja… Se for puxar desde Leonardo da Vinci… vixe, aí tem é Zé… e Maria! 

Pensando bem, talvez tal comentário tenha sido causado pelas minhas diversas atividades de práticas profissionais e lúdicas. Não costumo me prender unicamente a uma especialidade, pois existe um fervilhão em minha alma a inteirar a pluralidade. Misturo ofício com trabalho, inspiração, criatividade e produzo, sem me importar com a linguagem a ser aplicada. Eu somos nós, costumo me definir. 

Ser artista é tão natural para mim como me sentir vivo. Acho que por já ter nascido sendo, nunca me preocupei em me exibir artista. Rotular tipos de ser não me agrada e nem me convém. Sou livre e me expresso de várias formas e maneiras, em atividades práticas, puras, simples, intelectuais e sentimentais, sobretudo. De quebra, não cultuo o exercício de qualquer conquista através de “sofrimento e vitimização”. Sou o que sou e pronto. 

A arte é e sempre foi generosa comigo. Ter sido orientado por pessoas sensíveis e influentes, despertou-me o senso de cooperação e responsabilidade com colegas de profissão. Aprendi que o bem e o conhecimento valem mais se compartilhados forem. Como gratidão a Deus pelo dom artístico, busco ser solidário às causas sociais e humanitárias. 

Enfim, a Arte não é o único olho-d’água para eu beber e matar a sede do meu sustento, mas que sou artista o tempo todo, isso sou! 

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