Opinião

E o roscofe? – Totonho Laprovitera

Foi não foi, entra nas compridas conversas de bar a relação de diversos produtos conhecidos por nomes de determinadas marcas, quase sempre pela liderança de mercado.

Ao saber de um relógio de bolso Roskopf, pertencente a João Vital – o cangaceiro “Tempestade”, do bando de Moreno e Durvinha, que agia em Alagoas – matutei: No popular, roscofe é um relógio velho, que mal funciona.

“Que horas são no seu roscofe?” – frescavam. “Faltam 15 minutos para você dar…” – rebatiam. Pois é, roscofe também tem outros significados. “Por que você não dá isso pra mim?” – pediam. “Por que você não vai dar o seu roscofe?” – negavam.

Pesquisando acerca do assunto, achei o seguinte. Roskopf – sobrenome do alemão, naturalizado suíço, Georges Frederic (1813-1889) – eram relógios de baixo preço, o que permitia a aquisição aos menos favorecidos de dinheiro. Mesmo assim, surgiram muitas falsificações de má qualidade que mancharam a fama da marca.

Porém existe uma outra versão, mais fantasiosa e lendária: No Porto de Roscoff, região francesa da Bretanha, os relógios vendidos a marinheiros duravam apenas 24 horas, graças a um mecanismo que fazia girar os ponteiros durante um dia, tempo em que os embarcadiços ficavam em terra. Aí, a marca passou a ser associada à produtos de má qualidade, infelizmente, uma injustiça à invenção do “seu” Roskopf.

Falando em relógio e fazendo hora pra passar o tempo, o amigo Giovani de Oliveira diz achar engraçado quando vê gente feia falando “um dia a beleza acaba”. Aí, perguntei quem era de Iguatu que ao ver alguém desabonitado, encarava e mandava: – “Eu acho bonito gente feia!”. Giovani respondeu:

É, o tempo também pode ser marcado pelas batidas do coração. Mas como filosofa Toim da Meruoca, “se tempo curasse tudo, farmácia seria relojoaria”!

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