Opinião

Como é bom ser artista – Totonho Laprovitera

“O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel.” (Platão) 

Gosto do desafio de um papel ou tela branca a acender a minha criatividade. Também gosto de começar a escrever sem saber ao certo o que irei dizer. 

Quando o nada me provoca, eu lanço mão de tudo que está ou não ao meu redor e encontro tanta coisa, até o que eu nem imaginaria. Quer dizer, do nada a gente pode alcançar infinitos de um universo de sonhos e desejos. 

Quando criança, eu dava o maior valor a observar nuvens do céu. As figuras em movimento se transformavam e aí eu achava desenhos animados que me instigavam a pensar sobre o que eu não concebia ser: passageiro deste mundo. 

Depois, despertei para desenhar no ar algumas formas que só eu enxergava e elas voavam no turbilhão de ideias da minha danisca cabeça. Avexado, meu dedo indicador riscava ligeiro as visões a me apontarem desejos de contar histórias. Quem me via de longe e não me conhecia, certamente, devia pensar que eu estava ficando era doido. 

Sobre essas maluquices, eu creio é muito na linguagem da expressão corporal. Costumo e gosto de escutar com os olhos o que o corpo fala. Quando desenho ou pinto eu ouso me embalar em movimentos livres a transcenderem a arte de representar imagens. Creio na alma das coisas e em um tempo não linear. O tempo se esparge e nos oferece bons significados que dão sentido à vida. 

Ao escrever ou desenhar com palavras, eu me entrego à imaginação e viajo na inquietação de contar sobre valores simples e essenciais à nossa existência. Além do mais, eu prefiro mil vezes mais viver a tão-somente existir. 

Pois é, comecei nas artes desenhando compulsivamente em meus cadernos escolares. O risco do traço corria ligeiro e, escondido, eu praticava o exercício diário da minha expressão artística. Em silêncio, falei muito quando a solidão me arengava à arte. 

E hoje eu matuto: Se o mundo é a casa de todos, a arte é o lar dos que chegam à vida para serem felizes! Artistas são seres iluminados. Numinosos! Com suas almas alcançam as mais diversas expressões que vêm da natureza das inspirações. Aí, a pujança dos sentimentos desvalem as porteiras do planeta e chegam à infinitas subjetividades. 

Na pluralidade de suas expressões, os artistas ressignificam a mais legítima e preciosa dádiva que havemos: a Vida. 

Como é bom ser artista.

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