Opinião

Coletivismo no comércio de arte: uma resposta à crise da covid-19

Artistas, galerias e agentes culturais do Brasil estão se unindo em novas iniciativas inovadoras que visam fortalecer o setor e também apoiar elos mais fragilizados pelo momento. Em comum elas apostam no poder do coletivo, da solidariedade, das plataformas virtuais e da descentralização e desconstrução de lógicas de mercado. 

O projeto Partilha é um grupo de galerias de arte brasileiras unidas com o objetivo de manter ativos os profissionais que atuam no setor – que vão de artistas a montadores, fotógrafos e técnicos. Cada uma das galerias lançam uma seleção de obras vendidas em condições especiais durante o mês de maio. A cada aquisição de obras selecionadas, o comprador ganha crédito de igual valor para obras de outros artistas da mesma galeria. Participam no momento 16 galerias, são elas: Aura, B_arco, C.Galeria, Casanova, Desapê, Eduardo Fernandes, Janaina Torres, Karla Osorio, Mamute, Mapa, Lume, OMA, Periscópio, Sé, Soma e Ybakatu. Saiba mais no Instagram @p.art.ilha

O projeto 300 Desenhos convidou 300 artistas a doarem um desenho em formato de uma folha A4 cada um, cuja venda tem por objetivo levantar recursos para três organizações filantrópicas de escala nacional – Apib, CUFA e Habitat Brasil – que desenvolvem ações diretas de investimento social durante a pandemia da covid-19. Todas as obras têm um valor único de R$ 1 mil e a escolha do desenho que você leva é feita aleatoriamente através de um algoritmo. A lista é formada por artistas em diversos estágios de carreira, mas conta com vários nomes consagrados como Adriana Varejão, Ernesto Neto, Leda Catunda e Jac Leirner, por exemplo. O interessante é que além de ajudar você ainda pode tentar sua sorte e levar uma obra bem mais valiosa. A ação vai até o dia 10 de maio no link: www.300desenhos.art

O projeto Quarantine, organizado pela plataforma 55SP, é um experimento artístico que busca ativar uma reimaginação econômica focada nos artistas. Uma espécie de cooperativa com mais de 40 artistas em que todos os trabalhos têm o mesmo preço e o valor arrecadado é distribuído igualitariamente para todos os participantes. Além disso eles ajudam a organização civil Casa Chama, que atende artistas transgênero e travesti. Há grandes nomes da arte contemporânea nacional, como Lenora de Barros e Paulo Bruscky, o cearense Yuri Firmeza, e vários artistas jovens a serem descobertos. As obras, que custam R$ 5 mil cada uma, são compradas às cegas, escolhidas em um “envelope virtual” a partir do título e do autor. Então, são enviadas digitalmente e baixadas, impressas ou executadas pelos próprios compradores. Link: www.55sp.art/quarantine ou no Instagram @projeto_quarantine

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