Por PC Norões
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O governo Jair Bolsonaro não acabou. Mas, jamais será o mesmo após da saída do agora ex-ministro Sergio Moro. Menos pela saída em si, mas pela forma como tudo aconteceu e, principalmente, pelas duras acusações que ele fez ao presidente.
O que disse Moro não chega a ser uma surpresa, há muito se especula movimentos de Bolsonaro para proteger os filhos de investigações sobre crimes a eles atribuídos. Entretanto, ouvir tudo isso de forma clara da boca de um ministro que simbolizava a bandeira anticorrupção do governo, teve o efeito de uma bomba de mil megatons.
E justo em um momento difícil, no meio de uma pandemia que provoca mortes e crise econômica. No espaço de uma semana Bolsonaro demitiu um ministro da Saúde bem avaliado, participou de manifestação na qual parte das bandeiras tinham cunho anti-democracia, e agora perde um dos pilares de seu ministério – o outro é Paulo Guedes.
A repercussão foi a pior possível. De imediato o perfil do presidente nas redes sociais recebeu milhares de críticas, em grande parte de apoiadores revoltados e se dizendo traídos. Muitos ‘cancelaram’ Bolsonaro, para usar uma expressão da moda, e a palavra impeachment voltou a ser repetida insistentemente.
O presidente está claramente encurralado. Mas, ainda é o presidente. Como ele vai reagir a tudo isso ainda é um mistério. Certamente os militares do governo terão participação no caminho que ele vai adotar. São eles, atualmente, os principais fiadores da estabilidade do presidente. É certo que seja qual for a opção, a chance de apagar o incêndio é remota.
A primeira grande interrogação: quem serão os substitutos de Sérgio Moro e Maurício Valeixo? É óbvio que existem bons nomes para assumir o Ministério da Justiça e o comando da Polícia Federal. O problema é que, diante do que foi dito por Moro, quem assumir já levará consigo a desconfiança de que estará a serviço do presidente, não do Brasil.
Em suma, Bolsonaro já não vinha tendo vida fácil. Agora se enrolou de vez.
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Parabéns pelo seu comentário, foi de uma total realidade dos fatos.
Melhor análise até agora!