Opinião

A feira de arte apesar da covid – Aldonso Palácio

Com mais de 100 galerias de 60 diferentes países, a Positions Berlin foi uma das primeiras feiras de arte desta escala a se realizar no mundo desde o relaxamento das medidas contra a covid19. Com seu calendário original para o mês de abril, conseguiu finalmente abrir as portas no dia 10 de setembro. 

A galeria Fabian & Claude Walter de Zurique apresentou em seu estande na Photo Basel/Berlin um projeto solo da artista plástica cearense Luzia Simons, onde fui responsável pelo projeto e atendimento aos clientes. (da esq. para a dir.) Fabian Walter, Katharina Flachs, Luzia Simons e Aldonso Palácio

Embora o caráter internacional dos expositores, a expectativa era de um público extremamente local e alemão. O evento se espalhava por dois dos gigantescos hangares do histórico aeroporto de Tempelhof, bastante espaço para evitar que os visitantes mascarados não se acotovelassem. As leis só permitiam 750 visitantes ao mesmo tempo, que podiam entrar após a medição da temperatura corporal e o preenchimento de um cadastro. Onze mil pessoas passaram por lá, os ingressos estavam completamente esgotados. Do lado de fora filas enormes formaram-se com tempo de espera de até duas horas – um teste de paciência e que afastou muitos potenciais compradores e vips. De certa forma isso demonstrou que havia uma demanda reprimida de um público ávido a se indulgenciar na feira, algo que os eventos online não conseguiram suprir. A arte ainda continua sendo uma experiência coletiva e comunicativa, para ser vivenciada de perto.

A feira Positions realizou-se com notável sucesso por preencher um nicho de preço que raramente ultrapassa 10 mil euros. Outras feiras que dependem da presença das mega galerias e seus respectivos colecionadores preferiram não se arriscar e adiaram suas edições definitivamente para o ano que vem. 

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