Há exatamente um ano os artistas cearenses Wilson Neto (1980) e Daniel Chastinet (1985) realizaram uma residência artística na cidade de Bitola, Macedônia do Norte. As vivências de ambos se condensam em uma série de encontros e pintura a quatro mãos que começou lá e continuou em Fortaleza. Colaboração na pintura raramente é resultado cartesiano, é uma longa conversa traduzida em cores e pinceladas, algo que requer comprometimento com o outro, saber ouvir e respeitar os respectivos limites, abrir mão do controle absoluto do resultado e abraçar as contaminações.
A noção do gênio do artista como fruto de um trabalho introspectivo e solitário é há muito tempo romantizada, quase que sagrada. Trata-se de uma herança renascentista reforçada pela arte moderna do Século XX. Na história recente observamos que a atuação da dupla criativa muitas vezes reformulou padrões da arte, como no caso dos trabalhos assinados conjuntamente por Christo & Jeanne-Claude, Andy Warhol & Michel Basquiat, Marina Abramovic & Ulay, Gilbert & George e Jasper Johns & Robert Rauschenberg.
Wilson Neto não é novato no quesito colaborações. Ele já assinou trabalhos em conjunto com as artistas Cecília Castellini Bichucher e Alexia Brasil, além de participar do coletivo de arte Oicos. Daniel Chastinet e sua companheira, a também artista plástica Flávia Rodrigues, promovem sessões de desenho de modelo vivo e produzem no mesmo ambiente. Nada mais natural para Wilson e Chastinet em somar suas visões ao redor da experiência em comum que tiveram no Balcãs.
O resultado será futuramente apresentado em uma exposição, de preferência num mundo pós-restrições covídicas, com curadoria deste que vos escreve. As pinturas têm uma forte influência pop e partem das memórias anímicas e fotográficas das paisagens, pessoas, arquitetura e a rica e antiga história macedônia. Porém, não se trata de uma exposição documental – a constelação pictórica transpira sensibilidade que transcende noções geográficas.
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