Na Berlinische Galerie, um dos principais museus dirigidos pela cidade de Berlim para a arte moderna e contemporânea, fotografia e arquitetura, uma série de exposições de diferentes artistas tratavam do tema do antropoceno, mais especificamente da ação destrutiva e impensada da espécie humana contra as outras espécies que coabitam nosso planeta.
Julius von Bismarck dedica-se em sua prática artística à localização do ser humano em seu ambiente e sua negociação com a natureza. A série “I Like the Flowers” consiste em esculturas de plantas consideradas exóticas, tão intensamente pressionadas que parecem ter sido privadas de sua terceira dimensão. Bismarck faz alusão à nossa percepção frequentemente simplificada e à representação exotizante dessas regiões como lugares de desejo ou cenários.
Matthias Böhler e Christian Orendt em “The Sweet Certainty” abordam com sagacidade, ironia e humor negro, o comportamento humano: como desperdiçamos recursos que levaram milhões de anos para se formar, como já destruímos mais de 2,5 bilhões de hectares de floresta ou extinguido mais de 60% de todas as espécies de vertebrados. Na exposição, uma criatura gigantesca semelhante a um primata serve como fonte de diferentes “matérias-primas” para equipes de trabalhadores ávidos.
Nasan Tur em “Hunted” impressiona com uma cuidadosa encenação de animais sem vida no espaço, criando imagens que evocam uma atitude ambivalente entre a morte e a vida. O artista explora questões de exercício de poder e sua legitimação: Por que o ser humano mata? Que tipo de violência está presente em nós e como e sob quais circunstâncias ela é ativada?
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