Economia

Veja as tendências do mercado de streaming no País e como o brasileiro usa as plataformas

As plataformas de streaming, que já vinham em ascensão no País, ganharam ainda mais força durante a pandemia, por conta das medidas de restrição. Neste ano, segundo executivos do setor, a expectativa é que esse mercado movimente cerca de R$ 1 bilhão no Brasil

Morador de Fortaleza, Caike Falcão se diz “apaixonado” por streaming (Foto: Edimar Soares)

Crisley Cavalcante
economia@ootimista.com.br

Um dos principais desafios da covid-19 e talvez o mais difícil foi o isolamento social. A restrição do contato físico com amigos e parentes, além do fechamento de salas de cinema, bares e restaurantes, no período mais crítico da crise sanitária, fez com que as pessoas buscassem outros tipos de lazer, trazendo o entretenimento para dentro de casa. Nesse contexto, as plataformas de streaming ganharam ainda mais o gosto do brasileiro. Quase dois anos depois após a pandemia, esse mercado aponta para novos horizontes.

O streaming é uma tecnologia que, por meio da internet, possibilita o envio de informações multimídia para computadores e outros dispositivos sem comprometer a conexão ou exigir tempo de espera para download e acesso ao conteúdo. Ou seja, o usuário pode acessar os arquivos mais rapidamente enquanto as informações estão sendo carregadas. O termo stream, que em inglês significa córrego, riacho, logo ganhou a versão streaming, cuja ideia é remeter à noção de fluxo e transmissão.

Netflix, Globoplay, Disney+, Amazon Prime Video, YouTube Premium, Spotify… Todas essas plataformas fazem parte do cardápio diário de entretenimento do músico Caike Falcão, de 27 anos. Morador de Fortaleza, ele se diz “apaixonado” por streaming.

Foi por meio dessa tecnologia que ele, assim como milhões de usuários mundo afora, conseguiram atravessar as restrições durante a pandemia, uma vez, para ele, trabalhar não era possível. Se nos finais de semana Caike saia para tocar, após a covid-19 passou a ficar em casa, ouvindo música, vendo filmes e séries.

“Por mês, eu gasto R$ 200 do meu orçamento com a assinatura dessas plataformas. Eu sequer tinha parado algum dia para fazer essa conta. Antes da pandemia, assinava apenas uma plataforma, mas depois escolhi outras. Eu e minha namorada gostamos muito, principalmente, as de música. Uso todos os dias e é algo que, em alguns aspectos, agrega para a minha profissão”, diz, destacando que tem músicas autorais no Spotify.

“Não me vejo mais sem essas plataformas. Há sempre uma música nova, uma série ou um filme bacana que a gente pode assistir no conforto de casa. Acho que esse é um mercado que vai ganhar cada vez mais força no mundo inteiro”, reforça.

Faturamento

Mesmo que as maiores plataformas de streaming não informem seus números, executivos do setor projetam que, com investimentos de mais de R$ 100 milhões anuais por plataforma, Netflix, Amazon Prime Video, Disney+ e Globoplay disputam as primeiras posições desse mercado no Brasil. Neste ano, a expectativa é que esse mercado movimente cerca de R$ 1 bilhão no País.

Só a Netflix, que lidera entre as preferências, com cerca de 19 milhões de assinantes brasileiros, registrou lucro líquido de US$ 1,4 bilhão apenas no terceiro trimestre de 2021, avanço de 83% na comparação anual. As receitas da gigante do setor de streaming somaram US$ 7,4 bilhões de julho e setembro, número 16,3% maior em relação a igual período de 2020.

De acordo com pesquisa da Kantar Ibope Media, em 2020, ano em que teve início a pandemia de covid-19, 58% dos brasileiros assistiram a mais streaming de vídeo pago e 68% a gratuito.

Impacto na economia

“Diante desse cenário de covid-19, as vantagens do mercado de streaming foram bem relevantes para a economia nacional. Pelas vantagens que trouxe para os usuários, com baixo custo mensal. Ou seja, grande parte da população pode aderir aos pacotes, além da comodidade de não precisar sair de casa, a facilidade do pagamento e o entretenimento que proporciona. Por isso, a tendência é que essas empresas, à medida que inovam, conquistem novos assinantes”, observa Fábio Castelo Branco, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE).

Brasileiro é 2º maior consumidor do mundo

Plataformas de streaming seguem em expansão no País (Foto: Divulgação)

O Brasil é hoje o segundo país que mais consome streaming no mundo. De acordo com levantamento feito pela consultoria Finder, 64,58% da população assina pelo menos um serviço do tipo no País, sendo a Netflix a plataforma preferida do usuário brasileiro.

O estudo foi realizado em 18 países a partir de dados coletados pelo Google Survey. A média do País está bem acima do índice global, que é de 55,68%. Com isso, os brasileiros ficam atrás apenas dos neozelandeses (64,58%). A Irlanda completa o pódio (63,19%).

No Brasil, principal referência do consumidor é a Netflix (31%), seguida da Amazon Prime Video (24%), Disney+ (12%), Globoplay (8%), HBO (7%), Telecine Play (6%) e Claro Vídeos (4%). O País ocupa a 3ª posição no ranking das assinaturas mais baratas. Nesse quesito, a Argentina aparece em primeiro lugar, seguida da Turquia.

Quando o assunto é distinção por gênero, as mulheres dominam o assunto, mas há equilíbrio: 65,98% das brasileiras disseram assinar algum serviço, enquanto os homens ficaram na faixa dos 64,02%.

No mundo, a Netflix também lidera as preferências (53,5%), seguida da Amazon Prime Vídeo (12,6%), Hulu (6,3%), Apple TV+ (3,9%), HBO Max (3,6%) e Disney+ (3,6%). Os dados são de estudo realizado pela plataforma de desconto CupomValido.com.br, que compilou dados da Statista e JustWatch.

Para o economista Fábio Castelo Branco, a diversificação do streaming, que não é só séries, mas também games, que tem crescido muito, música e filmes diversos, são vertentes de entretenimento que alcança todos os segmentos sociais. “Esse mercado aquece a economia em várias frentes, não somente a empresa do streaming ganha, mas outras também. Acaba sendo um efeito em cadeia”, observa.

TV Otimista

No Ceará, uma das plataformas de streaming que mais tem crescido é a do Grupo O Otimista. Além da oferta de aplicativos para download em aparelhos celulares contemplando os sistemas operacionais IOS e Android, a programação também está à disposição do público nos aparelhos de televisão Smart TV nos modelos LG e Samsung, e nos canais por assinatura Net, Claro TV, Brisanet e Multiplay.

“O nosso foco é disponibilizar programação livre e gratuita, sem assinatura, com conteúdo para o telespectador assistir a qualquer momento do dia e em qualquer lugar que ele esteja, seja no trânsito ou em casa após um dia de trabalho. Acreditamos que esse segmento terá um crescimento absurdo ao longo do ano e vamos investir ainda mais para conferir maior comodidade ao público cearense e maior acesso à informação”, destaca o presidente do Grupo O Otimista, Adriano Nogueira.

Ainda segundo ele, esta é a comunicação do futuro. “Com o dia a dia cheio de compromissos, nem sempre é possível acompanhar conteúdo ao vivo, mas, com essa oportunidade, será possível assistir a qualquer momento”, reforça.

Como acessar os canais do Grupo O Otimista

Aplicativos de celular IOS e Android
Aparelhos de TV modelo Smart LG e Samsung
Canais por assinatura Net, Claro TV, Brisanet e Multiplay.
www.tvootimista.com.br

Maiores consumidores no mundo

Nova Zelândia 65,26%

Brasil 64,58%

Irlanda 63,24%

Filipinas 61,72%

Canadá 61,24%

Estados Unidos 58,90%

Espanha 57,67%

Índia 56,94%

Dinamarca 56,33%

África Do Sul 56,16%

México 55,91%

Itália 53,54%

Alemanha 52,70%

Hungria 51,43%

Malásia 50,55%

Grécia 46,81%

França 45,21%

Paquistão 44,64%

(Fonte: Finder)

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