Economia

Tem muita conta para pagar? Confira dicas para começar 2022 longe das dívidas

De acordo com o último levantamento do Serasa Experian, 62,21 milhões de brasileiros possuem contas atrasadas, número que corresponde a R$ 245,3 bilhões em dívidas. O Otimista mostra caminhos para começar o novo ano com saúde financeira

Brasil deve terminar este ano com 62,21 milhões de pessoas inadimplentes (Foto: Divulgação)

Crisley Cavalcante
economia@ootimista.com.br

Com a inflação e os juros em alta, a previsão é que o Brasil termine este ano com 62,21 milhões de pessoas inadimplentes, em razão do aumento do endividamento puxado pelas dificuldades causadas pela pandemia de covid-19. O número é o mais baixo desde abril, considerado o pico, quando 62,98 milhões de brasileiros estavam nessa situação. Apesar da leve redução ao longo dos últimos meses, o País ainda soma R$ 245,3 bilhões em contas atrasadas, segundo dados do Serasa Experian. Diante desse cenário, quais são os caminhos para começar 2022 longe das dívidas e, principalmente, da inadimplência?

Apostar em iniciativas como o Feirão Serasa Limpa Nome 2021, que foi prorrogado até 20 de dezembro, pode ser uma boa alternativa para o consumidor iniciar o novo ano com saúde financeira. Segundo a empresa, o esforço concentrado já beneficiou 2,7 milhões de brasileiros com descontos de até 99% na renegociação de dívidas, gerando cerca de R$ 7 bilhões em abatimentos. A ação seria realizada até a última segunda-feira (6), mas, diante da alta procura, o feirão foi prorrogado.

Além dos feirões de renegociação de dívidas que costumam ocorrer nesta época do ano, o trabalhador também pode usar o 13º salário, cuja segunda parcela deverá ser paga pelas empresas até o dia 20 deste mês, para quitar débitos atrasados. De acordo a economista Desirée Mota, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), essa folga no orçamento só é possível se o consumidor souber gerir corretamente o benefício.

Prioridade

Nesse contexto, priorizar dívidas com mais dias de atraso e com valores maiores, por exemplo, é fundamental. O consumidor também pode entrar em contato com a empresa para a qual deve, mesmo que ela não esteja participando de feirões, a fim de tentar renegociar o débito, sobretudo, se já estiver com o “nome sujo”. Geralmente, são oferecidos bons descontos e prazos estendidos nesse processo.

“No caso do 13º salário, a ideia do é que consumidor aproveite o salário extra para efetuar os pagamentos que virão no início do ano e que geralmente não fazem parte dos gastos essenciais, como material escolar, IPTU, IPVA e Imposto de Renda. São impostos que podem ser pagos à vista e com desconto, assim é uma forma de economia”, diz Desirée, lembrando que, em caso de endividamento e inadimplência, o benefício pode tirar muita gente do aperto.

Planejamento

Uma vez que o consumidor conseguir organizar a vida financeira, ainda mais difícil após a pandemia, com a diminuição do emprego e da renda no Brasil, é hora de priorizar o planejamento para evitar passar pelo mesmo problema.

“Faça uma planilha, anote os gastos mensais. Assim será possível prever o que pode economizar e o que pode ou deve gastar, seja com o 13º ou com o salário normal. Neste período de festas de fim de ano, é importante destacar ainda que não se deve gastar mais do que o bolso suporta. É preciso observar o que, de fato, é necessidade e o que é supérfluo. Só com atitudes como essas, o consumidor consegue ter condições de fazer uma reserva financeira e cobrir gastos que, eventualmente, possam aparecer”, orienta a economista.

O maior cuidado deve ser com o cartão de crédito e com o cheque especial, cujos juros estão em 344% e 128% ao ano, respectivamente. Quanto ao cartão de crédito, Desirée Mota reforça que o meio de pagamento representa uma faca de dois gumes.

Se o uso não for feito de forma moderada, com base apenas no valor do limite, que nem sempre está de acordo com o ganho mensal do consumidor, o risco de as dívidas serem transformadas numa “bola de neve” é maior. “Quando o pagamento não é efetuado dentro da data, os juros sobre o total da fatura são altíssimos, e muitas vezes o consumidor simplesmente não consegue mais pagar”, reforça.

Como manter a saúde financeira no novo ano

Pesquisar antes de comprar: não fazer compra por impulso é muito importante. Por isso, o ato de planejar e pesquisar antes da compra é fundamental para conseguir preços menores e condições de pagamento melhores.

Substituir produtos: avaliar os alimentos ou marcas de produtos que podem ser substituídos durante as compras no supermercado, por exemplo, pode ser uma boa alternativa.

Eliminar gastos: evitar gastos supérfluos e desnecessários, principalmente ao sair de casa. Isso é fundamental para conter as dívidas.

Anotar dívidas: tomar nota de todas as despesas dará a dimensão exata dos gastos mensais e, assim, as chances de economizar são maiores.

Estabelecer metas: detectar o quanto de dívida pretende pagar, em determinado período, e cumprir essa meta.

Guardar dinheiro: não gastar tudo de uma vez e fazer uma pequena poupança todos os meses, para lidar com possíveis imprevistos. Ter uma reserva de emergência é essencial.

Investir: caso possível, optar por aplicar o dinheiro em um ou mais tipo de investimento também pode ajudar na saúde financeira.

 

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