Economia

Produção industrial cearense tem alta de 1,6% em 2019

Construção civil e indústria de transformação podem estar por traz do bom desempenho da indústria em 2019, enquanto Brasil tem queda de 1,1% e a região Nordeste declina 3,1%

Rebecca Fontes

rebeccafontes@ootimista.com.br

O setor da construção civil e a indústria de transformação no Ceará são apontadas como as maiores responsáveis pelo crescimento da produção industrial cearense, em 2019, que superou inclusive a brasileira, que foi negativa. Segundo dados do estudo “Indicadores Conjunturais da Indústria”, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (11), a alta da produção industrial cearense foi de 1,6% no acumulado dos 12 meses, enquanto que a brasileira e a da Região Nordeste caíram 1,1% e 3,1%, respectivamente, no mesmo período.

O economista Célio Fernando, presidente da Associação dos Profissionais de Investimentos e Analistas de Mercado de Capitais/Regional Nordeste (Apimec), lembra que os relatórios que saíram anteriormente, referentes ao PIB industrial cearense, estimavam queda de 0,5% para 2018, e de crescimento em torno de 2% em 2019 e de 2,5% em 2020. “Foi uma surpresa esse 1,6% porque os acumulados por trimestre sinalizavam uma tendência de queda na produção da indústria extrativa mineral. No entanto, a partir do segundo trimestre de 2019, a indústria da construção civil, bem como a da transformação, começou a registrar recuperação e ambas passaram a apresentar melhores valores, o que talvez explique o melhor crescimento do Ceará frente ao do país”, diz.

O assessor econômico da Federação das Indústrias do Ceará, Lauro Chaves Neto (PhD em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona), diz que esse dado reforça todo o momento da indústria cearense na busca por inovação para melhoria da sua competitividade, assim como endossa a estratégia de internacionalização da economia do Estado, com a trinca de hubs (aéreo, portuário e de dados), e com a única ZPE em funcionamento do Brasil. “Se por um lado as indústrias estão inovando e aumentando sua competitividade, por outro as políticas públicas de internacionalização estão abrindo novos mercados, tanto para exportação de seus produtos como para importação de insumos e bens de capital”, diz.

Para Chaves, essa inovação só acontece com a melhoria do capital humano. “Para isso, é preciso melhorar a educação em todos os seus níveis, envolvendo desde o ensino fundamental, médio, o Sistema S (Sesi, Senai, Sebrae, Sesc e IEL) e as universidades”. Uma análise mais profunda, no entanto, somente quando divulgados os dados detalhados da indústria cearense por setor, mas Lauro Chaves diz que é possível afirmar que existe um espaço para um desenvolvimento industrial ainda maior focado na construção civil, nas energias renováveis, no agronegócio e em indústrias que venham a se instalar no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.

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