Economia

Crisley Cavalcante
economia@ootimista.com.br

Seja no trabalho ou nas relações interpessoais, novidades tecnológicas têm influenciado cada vez mais as tarefas do dia a dia das pessoas. Nesse contexto, ganham destaque os assistentes virtuais, softwares que respondem a comandos de voz. Entre os mais famosos do mercado, estão a Siri, da Apple, a Alexa, da Amazon, o Google Home, do Google, entre os mais famosos, mas há outros.

O fato é que os assistentes virtuais estão cada dia mais evoluídos. Já existem softwares capazes de trancar casas, acender ou apagar luzes e controlar aparelhos domésticos, tudo isso a distância, de forma inteligente. E foi na companhia da Alexa que os dias em isolamento social em razão da covid-19 se tornaram menos difíceis para Felipe Porfírio, 32 anos, morador de Fortaleza.

“Usava ela para tudo e me fez muito bem. Pois, no começo da pandemia, passei mais de dez dias dentro do quarto, porque tenho pais idosos. Desde música, jogos, imitação, notícias e informações sobre o clima, por exemplo. Compramos a Alexia no período da pandemia, ela tem cumprido muito bem o seu papel. Meu pai também usa, pois, como ele tem dificuldade para digitar, basta falar e ela atende com as músicas que ele pedir”, diz.

O caso de Felipe revela a força desse mercado, que vem crescendo mundialmente nos últimos anos. Principalmente, quando falamos de internet das coisas (IoT) e inteligência artificial (IA). No Brasil, 53% das pessoas têm muito interesse por esse tipo de tecnologia e apenas 2% não têm interesse, segundo estudo da Opinion Box, plataforma especializada em pesquisa sobre o comportamento do consumidor.

Para 40% dos entrevistados, esses recursos trazem muita facilidade, sendo que 56% os utilizam com muita frequência. Neste ano, os brasileiros estão mais interessados automações e produtos que trazem praticidade para o cotidiano: 46% pretendem comprar lâmpadas inteligentes, 41% querem aspirador robô e 40% fechaduras inteligentes.

Os assistentes virtuais têm tido cada vez mais espaço na vida das pessoas em razão da praticidade que oferecem. De acordo com o levantamento, metade dos brasileiros tiram dúvidas na internet por meio do produto, 47% utilizam a ferramenta como relógio e despertador e 46%, para ouvir e controlar músicas. Para 43% deles, o uso é diário, enquanto 26% utilizam semanalmente.

Metaverso: o futuro?

E o que falar do mundo completamente virtual? É o caso do metaverso. A tecnologia pretende permitir que o usuário faça tudo dentro de um mundo virtual, mas estando fisicamente dentro de casa. Imagina poder assistir a uma partida de futebol internacional, participar de um show ou de uma reunião de trabalho de forma virtual, como se tivesse exatamente no local, mas estando no conforto do lar? De acordo com a pesquisa, 54% afirmam que querem conhecer o metaverso, mas ainda não sabem se desejam utilizá-lo.

O economista e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Wandemberg Almeida, observa que o avanço tecnológico movimenta a economia, gera emprego e renda. “Cada vez mais, esses equipamentos estão sendo direcionados para melhorar os processos e, assim, alcançar melhores resultados financeiros, impactando o mercado. Quanto mais novos investimentos em tecnologia, maior é a chance de melhorar o dia a dia das pessoas e os processos das empresas”, reforça.

Existem diversas inovações tecnológicas que ainda não fazem parte da nossa realidade, mas deverão ser comercializadas em um futuro próximo. Conforme a pesquisa da Opinion Box, carros auto dirigíveis, telas flexíveis e imagens projetadas sem tela estão entre as principais apostas.

Uso de assistente virtual no Brasil

43% usam todos os dias
26% várias vezes por semana
8% uma vez por semana
50% utilizam para tirar dúvidas na internet
47% usam como relógio e despertador
46% para ouvir e controlar música
41% para informar a previsão do tempo
39% utilizam para programar lembretes

Aspectos da vida em que a tecnologia está presente

Vida financeira (88%)
Entretenimento (83%)
Trabalho (77%)
Compras (75%)
Mobilidade (72%)
Vida amorosa (43%)

Tecnologias que deverão ser comercializadas em um futuro próximo

Carros auto dirigíveis
Telas flexíveis
Imagens projetadas sem tela
Robô com nível de inteligência humana
Viagens ultrarrápidas
Carros voadores

Aumenta demanda por profissionais de TIC no Brasil

O mercado de trabalho na área de tecnologia segue aquecido no Brasil. As empresas da área vão demandar 797 mil novos postos de trabalho até 2025, segundo pesquisa da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom). O número de formandos na área, no entanto, está aquém da demanda. A projeção é de um déficit anual de 106 mil talentos, um total de 530 mil em cinco anos.

As áreas que mais ganham destaque são big data analytics (147,231), nuvem (94,701), web mobile (92,426), inteligência artificial (77,847) e internet das coisas (72,209).

Além disso, dados da Brasscom indicam que os setores de software e de serviços de tecnologia da informação e comunicação tiveram, em 2020, ano mais crítico da pandemia de covid-19, uma produção de mais de 154 bilhões de reais, o equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com a geração de 43.624 novos postos de trabalho na área. No ano seguinte, foram geradas 123.544 novas vagas, crescimento de 183%.

O levantamento destaca, ainda, que há diferença grande entre homens e mulheres na área, sendo 14,8% do mercado ocupado por mulheres e 85,2% por homens. De acordo com o levantamento, a média nacional de salários é de R$ 2.001, enquanto a remuneração média do setor de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação é de R$ 5.028, valor 2,5 vezes superior. Em serviços de alto valor agregado e software, a remuneração chega a ser quase três meses maior que a média nacional.