Economia

“O Ceará pode se tornar um protagonista deste novo mundo”, diz presidente mundial do Grupo Qair 

Fala foi proferida por Louis Blanchard no evento que marcou o acionamento do primeiro gerador a hidrogênio do Brasil, uma inovação da Qair. Evento entra no calendário cearense com a instituição do Dia Estadual do Hidrogênio Verde, assinada nesta sexta-feira pelo governador

Governador Elmano Freitas e o presidente da Qair Brasil, Armando Abreu, acionaram o gerador a H2 em evento para autoridades e empresários / Foto: Nicolas Leiva

Nathália Bernardo
nathalia@ootimista.com.br 

O primeiro gerador a hidrogênio do Brasil foi acionado nesta sexta-feira  em Fortaleza pelo governador Elmano Freitas e o presidente da Qair Brasil, Armando Abreu. No evento, que reuniu autoridades e empresários no Marina Park Hotel, também foi assinada a instituição do Dia Estadual do Hidrogênio Verde, celebrado em 17 de novembro. As ações integram a programação de recepção do navio francês Energy Observer, o primeiro do mundo movido a hidrogênio.

Na solenidade, representantes das empresas parceiras na concepção e vinda do navio destacaram a necessidade de celeridade na transição energética para combate às mudanças climáticas, o potencial do hidrogênio verde, bem como as oportunidades que abre ao Ceará. 

“Acreditamos que o hidrogênio verde é a peça que faltava para fazer a transição energética economicamente viável”, afirmou Louis Blanchard, presidente mundial do Grupo Qair. “O Ceará se beneficia de recursos naturais abundantes e tem capacidade de produzir hidrogênio em escala tanto para o mercado local quanto para o resto do mundo. O hidrogênio é o novo petróleo e o Ceará pode se tornar um protagonista deste novo mundo”, concluiu. 

A subsidiária brasileira da empresa gera energia eólica e solar no Estado, além de possuir projetos de geração offshore e de produção de hidrogênio verde no Ceará. De acordo com Armando Abreu, a empresa trabalha há quatro anos no desenvolvimento de sua planta de H2V em solo cearense. 

“Eu não quero perder o trem do hidrogênio verde, creio que o Ceará também não. Vamos continuar todos trabalhando para que isso aconteça o mais rápido possível”, afirmou destacando a necessidade de alinhamento entre os setores público e privado. Ele também exaltou o potencial cearense: “não sei se vai ser criada uma Opep (referência à Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para o hidrogênio, mas creio que o Ceará vai liderar”. 

Antes de assinar a instituição do Dia do H2V, o governador Elmano Freitas destacou o compromisso do Ceará com as energias renováveis. “Quero saudar aqueles que estão alinhados com esse projeto na busca pela descarbonização do planeta e dizer que vocês têm, no Estado do Ceará, um parceiro de vida”, afirmou. 

Sobre a nova efeméride, cujo texto será apreciado pela Assembleia Legislativa, Elmano destacou ter como objetivo provocar debate e reflexão sobre o tema. “Nós podemos, desde a nossa casa, produzir energia. Tudo isso depois pode ser condensado na produção de hidrogênio verde para termos uma nova economia no Ceará. Isso implica na regulamentação, financiamento, pesquisa, ou seja, unificar academia, investidores privados, setor público para que a gente possa avançar”.

“Minha missão é descarbonizar o setor marítimo”

Autoridades e empresários visitaram o Energy Observer. Na foto, Armando Abreu, Ricardo Cavalcante e o governador Elmano Freitas sendo recebidos pelo capitão Erussard / Foto: Nicolas Leiva

A convite da Qair, Fortaleza é a única cidade do Brasil a receber o navio Energy Observer, considerado embaixador francês da sustentabilidade. Lançada ao mar em 2017, a embarcação já percorreu 40 países promovendo a sustentabilidade. “Minha missão número um é descarbonizar o setor marítimo, que representa 3% das emissões em escala mundial”, disse o idealizador e capitão Victorien Erussard.

Ele conta que quando integrava a marinha mercante francesa visitou algumas vezes o Brasil e tinha vergonha porque as embarcações eram movidas a combustível fóssil e soltavam fumaça. A partir deste incômodo, ele desenvolveu o Energy Observer, que é autossuficiente em energia limpa. O desenvolvimento do projeto custou cerca de 6 milhões de euros, contando com patrocínio de empresas como Accor, Air Liquide, Qair e Toyota. 

Já o gerador a hidrogênio da Qai foi acionado com hidrogênio da Air Liquide, possuindo também tecnologia da Toyota e EODev. Ao ser ligado, o equipamento forneceu energia para o domo construído para a solenidade.

 

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