Economia

Lauro Chaves Neto alerta que atenuar desigualdade econômica também deve ser preocupação do empresariado

A nota técnica “Pandemia e desigualdades regionais”, proposta pela Comissão de Desenvolvimento Regional do Conselho Federal de Economia (Confecon), visa chamar atenção para o fato de que esta crise agrava ainda mais as desigualdades regionais. Para o professor da UECE, membro do Confecon e PhD em Desenvolvimento Regional, Lauro Chaves Neto, um dos coordenadores do documento, essa realidade é percebida até mesmo dentro das cidades. Ele cita o exemplo de Fortaleza, onde, independente do número de casos confirmados, o índice de letalidade é “bem maior em bairros vulneráveis do que em bairros de classes média e alta”.

Na visão de Chaves Neto, a preocupação com a “desigualdade extrema do Brasil” e o fato de ser um dos cinco países mais desiguais do mundo, também deveria ser uma constante do empresariado. “Uma concentração de renda como a nossa limita o mercado interno, se tivéssemos uma melhor distribuição de renda, todas as empresas estariam vendendo mais”, exemplifica. Além da análise da conjuntura e das medidas já tomadas pelos governos o documento do Confecon traz uma série de orientações para todas as esferas de governo e foi enviado para congressistas, prefeituras e câmaras municipais.

A falta que o auxílio fará
Na análise de Lauro Chaves Neto, os efeitos da crise foram “atenuados pelo auxílio emergencial do governo, que não pode durar a vida inteira e vai gerar um problema ainda maior, acentuando ainda mais as desigualdades”. Para o pós-pandemia, “não podem faltar recursos para três coisas: ampliar a estrutura de saúde pública, auxílio aos mais vulneráveis e suporte para as empresas, a fim de evitar quebradeira em efeito dominó”. “Precisa não só de crédito, mas por exemplo, de prorrogação de ICMS, que ainda não foi feita no Ceará, e de ISS. Tem que ter uma rede de produção ao tecido produtivo. Se não tem arrecadação, vai ter que aumentar o endividamento, não tem alternativa. Ou seja, nos próximos anos, o déficit será apenas para pagar os custos da pandemia”, analisa.

Iguatemi lança “Giro Positivo”
Depois de implementar com o projeto “Iguatemi em casa”, com conteúdos exclusivos, delivery e drive-thru de compras, o Iguatemi Fortaleza lançou o “Giro Positivo”, que incentiva a venda de vouchers de compra, pelo site do shopping, que poderão ser trocados por produtos de maior valor em 58 lojas participantes. Para o superintendente do Iguatemi, Wellington Oliveira, é “um movimento do bem para fortalecer o negócio dos lojistas do shopping e presentear os clientes com a aquisição de produtos com maior valor que o adquirido no voucher promocional. A ideia foi muito bem aceita entre os lojistas e a nossa expectativa é que todos possam aproveitar todas as vantagens”.

Silat
A aquisição do controle da Silat (Siderúrgica Latino-Americana) pela Gerdau foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ontem (16). O negócio havia sido fechado em novembro de 2019. A Silat produz em Caucaia cerca de 600 mil toneladas/ano de aços laminados longos, empregados principalmente para a indústria da construção civil.

US$ 110,8 mi
O valor total do negócio é US$ 110,8 milhões e representa os 96,3% das ações da Silat que pertenciam às indústrias espanholas Ierros Añon e Gallega da Mallas. Os outros 3,65% permanecem com o Governo do Ceará, via Adece, que deve avaliar nas próximas semanas, junto com a Gerdau, os investimentos programados e a venda ou não das ações.

Em busca de crédito
A plataforma que reúne linhas de crédito oferecidas por instituições financeiras públicas e privadas para empresas, lançada pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), registrou mais de mil acessos em uma semana. “Identificamos também acessos de empresários vindos de 17 municípios cearenses. Nossa maior surpresa é o acesso por parte de outros 10 estados brasileiros”, afirma o presidente da Adece, Eduardo Neves.

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