Economia

Ceará: vendas do comércio e produção da indústria reforçam recuperação dos setores

Dados divulgados ontem pelo IBGE mostram que, apesar das dificuldades econômicas no Brasil, os setores registraram bons resultados em março deste ano, na comparação com a média do País, e ganharam posições de destaque no ranking nacional

Neste ano, o comércio varejista cearense acumula avanço de 4,8% nas vendas (Foto: Beatriz Bley)

Crisley Cavalcante
economia@ootimista.com.br

O volume de vendas no comércio varejista do Ceará registou avanço de 20,4% em março deste ano, em relação a igual mês de 2021. O resultado foi o melhor do Brasil, atrás apenas do Distrito Federal (19,6%) e Amapá (17,9%). Além disso, a produção industrial cearense também teve bom desempenho, crescendo 3,8% de fevereiro para março, perdendo apenas para São Paulo (8,4%). Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação a março do ano passado, o Estado registrou aumento de 4,7% na produção industrial. No acumulado dos três primeiros meses do ano, porém, houve queda de 12,8%. Já nos últimos 12 meses, o recuo foi de 0,9%.

Quanto às vendas do varejo cearense, na comparação com fevereiro, o volume apresentou retração de 0,6% em março. No acumulado do ano, o avanço foi de 4,8%, mas houve queda de 0,9% em 12 meses.

Surpresa

“Estou surpreso com esses dados do comércio varejista, pois não havia essa expectativa de grande crescimento em março. Tivemos recentemente o Dia das Mães, uma data muito importante para o setor. Alguns fatores estão nos preocupando, em relação ao longo prazo, que são esses aumentos no preço da energia e dos combustíveis, como o diese. Tudo isso também traz impactos negativos à cadeia de distribuição do comércio”, afirma o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FDCL-CE), Freitas Cordeiro.

No Brasil, o volume de vendas do setor avançou 1% em março, puxado por seis das oito atividades pesquisadas pelo IBGE. Foi a terceira alta consecutiva do indicador, que acumula ganhos de 1,6% nos três primeiros meses deste ano. O varejo apresentou altas de 4% na comparação com março de 2021, de 1,3% no acumulado do ano (em comparação com o mesmo período do ano passado) e de 1,9% nos 12 meses.

Recuperação

Quanto ao desempenho da indústria, na avaliação do economista e assessor da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Lauro Chaves, o crescimento deve ser consolidado nos próximos meses. “Ainda que o resultado esteja negativo no acumulado do ano, de janeiro a março, esse aumento na produção industrial do Ceará, em março, mostra o início do processo de recuperação das atividades econômicas, algo que na indústria é sempre mais lento do que o comércio, por exemplo”, analisa.

Na avaliação do economista Davi Azim, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), os números são positivos, mas não são indicativos de sustentabilidade.

“Ainda estamos em um cenário econômico desfavorável, acredito que os resultados não devem ser tão representativos ao longo deste ano, principalmente nos segmentos ligados ao comércio varejista”, observa.

No País, a produção industrial cresceu em nove dos 15 locais pesquisados pelo IBGE, na passagem de fevereiro para março.

Além do Ceará, outros estados com alta acima da média nacional (0,3%) foram , Mato Grosso (2,8%), Minas Gerais (2,4%), Rio de Janeiro (2,1%) e Paraná (0,6%). Única região analisada no estudo, o Nordeste teve expansão acima da média do Brasil: 1,8%.

Outros estados com alta foram Amazonas (0,3%) e Bahia (0,1%). Ao mesmo tempo, seis estados tiveram queda na produção: Santa Catarina (-3,8%), Pará (-3,3%), Espírito Santo (-3%), Pernambuco (-1,1%), Rio Grande do Sul (-0,3%) e Goiás (-0,2%). (Com Agência Brasil)

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