Economia

Construção civil do Ceará cria 10,4 mil vagas e supera meta de geração de emprego para 2021

Setor gerou 10.472 empregos com carteira assinada de janeiro a outubro, superando a meta de 10 mil vagas estabelecida pelo Sinduscon-CE​. O número equivale à média de 1.309 novas oportunidades por mês e representa 14,4% do total de postos criados no Estado no acumulado deste ano, segundo o Caged

Construção civil responde por 14,4% dos empregos criados no Ceará de janeiro a outubro (Foto: Divulgação)

Crisley Cavalcante
economia@ootimista.com.br

Importante setor para a economia nacional, a construção civil vem contribuindo intensamente para a recuperação do mercado de trabalho do Brasil, cuja taxa de desemprego, embora venha apresentando redução, continua elevada. No Estado, a atividade gerou 10.472 empregos com carteira assinada de janeiro a outubro, superando a meta de 10 mil vagas estabelecida pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE​). O número equivale à média de 1.309 novos oportunidades por mês, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). E equivale a 14,4% do total de postos criados em território cearense no acumulado deste ano (72.747).

“Continuamos bastante otimistas para este e o próximo ano. Em 2019, estávamos saindo de uma crise e alguns lançamentos de empreendimentos tiveram que ser postergados, mas ocorreram nos anos seguintes. Geralmente, temos que esperar seis meses depois dos lançamentos para os empregos começarem a surgir. No cenário atual, acreditamos que em 2022 consigamos gerar, no mínimo, mais 5 mil novos postos de trabalho”, diz Patriolino Dias de Sousa, presidente do Sinduscon-CE, ressaltando que, com os meses de novembro e dezembro, é possível que as vagas criadas passem de 11 mil.

“O setor é uma ilha de prosperidade no meio desse mar de incerteza da economia. No Ceará, as vendas do setor estão cada vez maiores durante neste ano. Por conta desse momento importante, a expectativa é de novos investimentos em 2022, com a chegada de novos players no mercado local. Isso porque a economia cearense deve crescer acima da média nacional, há uma nítida melhora no ambiente econômico”, afirma Davi Azim, economista e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE).

Além disso, de acordo com o especialista, atrelada a essa perspectiva positiva para o setor, há projeção de grandes empreendimentos apostarem na interiorização das ações. “A expectativa de abrir novos postos de trabalho no interior do Estado é muito importante, pois o setor sai do desenvolvimento localizado e começa a investir no Interior, contribuindo também para a economia do Estado”, disse.

Cenário nacional

No País, a construção acumula 284.544 postos de trabalho formais de janeiro a outubro, o que representa 9% do total de empregos com registro criados no Brasil em 2021. Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, foram abertas no País 2,6 milhões de vagas no acumulado dos dez primeiros meses deste ano.

Davi Azim lembra que, em razão da alta da inflação, que deve persistir ano que vem, a tendência é que o setor desaqueça. “Sem dúvida, há causa e efeito. O Banco Central, na busca de conter a inflação vai, certeza vai manter a alta da Selic, e isso vai desaquecer o setor. O números de emprego e vendas no setor não devem ficar negativos, mas tendem a crescer de forma mais lenta. A situação vai reverberar nos juros, que desestimula o crédito. Temos que lembrar também do cenário político, que não está desassociado do econômico”, observa.

Patriolino Dias ressalta que o receio do segmento para 2022 é com relação da alta da Selic, atualmente em 9,25% ao ano, do câmbio e do consequente aumento dos insumos da construção civil. “São questões que interferem diretamente, mas estamos percebendo que os valores dos insumos estão, aos poucos, cedendo”, destaca.

“Para o próximo ano, a projeção é que o dólar se mantenha elevado, o que também interfere nas importações de insumos da construção civil, que ficam mais caros. Todo esse cenário desfavorece a perspectiva de maior crescimento como foi observado neste ano. Mas é preciso salientar que o setor vai manter os empregos, o que é muito importante para a geração de renda dos trabalhadores e para a economia do Ceará”, reforça.

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