Economia

Ceará cria 13,6 mil empregos em setembro e acumula saldo de 75,3 mil vagas no ano

De acordo com dados do Caged, em setembro, o Estado registrou 47.068 contratações e 33.401 desligamentos. Foi o terceiro melhor resultado do Nordeste, ficando atrás apenas de Pernambuco e Alagoas, e o sexto saldo positivo seguido

Crisley Cavalcante
economia@ootimista.com.br

O Ceará gerou, em setembro, um total de 13.667 novos empregos com carteira assinada, resultado de 47.068 contratações e 33.401 desligamentos. Este foi o terceiro melhor resultado do Nordeste, atrás apenas de Pernambuco e Alagoas, e o sexto saldo positivo consecutivo. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Previdência. No acumulado do ano, foram 360.090 admissões e 284.714 desligamentos, resultando na criação de 75.376 vagas de janeiro a setembro.

Entre os segmentos que mais registraram contratações no Estado, está o de serviços, com o registro de 5.128 novas vagas. O destaque especial foi para atividades relacionados a informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias e administrativas. A indústria de transformação, com 3,7 mil admissões, assim como a área da construção civil, com 1.564 novos empregos, também aparecem entre os melhores desempenhos.

Para o economista Fran Bezerra, do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), apesar de os resultados do Caged serem positivos, o desemprego ainda é um grande desafio para a retomada econômica do Brasil. Hoje, a taxa de pessoas desempregadas no País está em 13,7%, atingindo 14,1 milhões de trabalhadores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“É natural que no momento de retomada, principalmente no segundo semestre, haja esse crescimento, mas não vejo grandes razões para se comemorar. Há, inclusive, possibilidade de recessão para o próximo ano em torno de 0,5% ou, no máximo, crescimento de 1%, para os mais otimistas. Em todas as previsões, a inflação só vai piorar, com projeção de 9% até o fim deste ano. Para o próximo ano, está se falando de 4,5%, fora da meta, que e de 3,5%. Ou seja, já teríamos no próximo ano inflação mais elevada do que se espera. Sem contar que o petróleo e a energia não dão sinais de arrefecimento, com a possibilidade de desabastecimento e apagões”.

Na avaliação do sócio-fundador da Aveiro Consultoria, Raul Santos, o ano eleitoral será um desafio a mais para esse momento de incerteza. “Historicamente, ano eleitoral no Brasil é complexo. A inflação é ressonada, o dólar é volátil, a taxa de juros também sofre pressão. Logo, é um ambiente à parte, tenso, dentro do cenário eleitoral. Agora, temos como agravante a pandemia, que ainda não acabou, mas persiste a interrupção de várias linhas de produção e de componentes da indústria. E isso, por si, só já e um problema para se administrar”, observa.

Para o especialista, essa combinação prejudica o crescimento do mercado de trabalho nacional  de forma mais acelerada. “O ambiente é desafiador, inclusive para o comércio, que só não está mais ativo porque faltam alguns produtos. E esse cenário deve permanecer. Por isso, para manter a taxa de emprego, os trabalhadores ainda terão que recorrer aos empregos informais, ao empreendedorismo, no sentido de realmente tentarem se virar. O brasileiro tem se mostrado muito resiliente nesse sentido. É a criatividade do povo e da iniciativa privada que está refletindo em bons dados, pois, se depender do governo, não temos boas projeções”, destaca.

 

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