Economia

Com valorização acima da inflação, imóveis viram ótima opção para investimentos

Pesquisa feita pela Abrainc revela que, enquanto a inflação oficial do Brasil acumulou aumento de 11,30% nos últimos 12 meses, os imóveis se valorizaram 17,43% em igual período. Investimento é considerado mais seguro em relação a outros

Aumento nos preços de insumos da construção civil, devido a fatores internos e externos, contribui com a valorização dos imóveis (Foto: Edimar Soares)

Crisley Cavalcante
economia@ootimista.com.br

Com o atual cenário de avanço da inflação no Brasil, além do aumento dos juros, investir em imóveis é uma boa opção para quem busca valorizar e proteger o patrimônio. Isso porque, em momentos de insegurança e instabilidade econômica, ativos de renda variável apresentam maior volatilidade, enquanto os imóveis tendem a se valorizar.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), por exemplo, que afere a inflação oficial do País, acumula alta de 11,30% nos últimos 12 meses. Já o Índice Geral do Mercado Imobiliário (IGMI-R/Abecip) aponta valorização de 17,43% nos preços dos imóveis em igual período. Dessa forma, o retorno financeiro para quem investe no setor supera em mais de 6% a inflação do Brasil, aponta pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

Um dos fatores que ajudam a entender o atual momento é o Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 4,6% no Brasil em 2021, maior avanço desde 2010. O PIB da construção civil, por sua vez, cresceu 9,7% no período, também a melhor performance para o segmento desde 2010.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon), Patriolino Dias, considera um bom momento para esse tipo de investimento. “Os imóveis tiveram valorização de 17% nos últimos 12 meses. Isso se deve, principalmente, ao aumento no valor dos insumos, o que reflete diretamente no preço das unidades. Mas o momento ainda é de adquirir imóveis que estão com preço antigo, pois a tendência é de mais valorização nos próximos meses”, afirma.

Perfil

Além do lucro com a valorização do patrimônio em médio e longo prazo, os ativos imobiliários se mostram com baixo risco. Na avaliação do economista e membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Davi Azim, é preciso observar o perfil do investidor.

“Se o investidor não estiver esperando liquidez a curto prazo, vale a pena. É um tipo de investimento conservador e bem interessante. A inflação é um fenômeno de alteração dos preços e que atinge, principalmente, as classes de renda mais baixa da população. É preocupante e deve ser combatida”, observa, lembrando também da influência de fatores externos sobre o mercado imobiliário nacional, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e o novo lockdown na China em razão do aumento de casos de covid-19.

“Além disso, a taxa de câmbio ainda está elevada, mesmo com a recente desvalorização do dólar em relação ao real. Ter que importar esses insumos mais caros inflaciona a economia. O principal instrumento para conter a inflação no Brasil é a taxa Selic, hoje em 12,75% ao ano. Mesmo assim, esse aumento dos juros, por parte do Banco Central, não tem sido suficiente para conter o avanço dos preços”, destaca.

Segurança

O diretor comercial e de novos negócios do Grupo Diagonal, João Ximenes Fiuza, reforça que a compra de um imóvel é um dos investimentos mais seguros que podem ser feitos atualmente.

“Diferentemente de anos atrás, hoje, a compra de um imóvel é vista não só como necessidade, mas como investimento, principalmente frente às constantes valorizações. Como os números nos mostram, as pessoas estão, finalmente, entendendo isso e depositando confiança no setor”, diz.

Sobre a inflação no setor, ele lembra que, para as construtoras, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 14,2%, impulsionado pelo aumento do preço das matérias-primas usadas nos empreendimentos.

“Mesmo com o aumento das taxas, as pessoas estão comprando mais e as construtoras construindo mais. Esses aumentos beneficiaram os índices IGMI-R e FipeZap, medidores da valorização do imóvel. Isso é tanto a causa quanto o efeito do setor imobiliário ser um dos que mais valorizam hoje”.

Por que investir?

Segurança: é o tipo de investimento que sofre menos impacto por crises financeiras, quando ativos de renda variável costumam cair. Nesse cenário, o preço dos imóveis tende a ser menos afetado em detrimento da inflação;

Opção de renda mensal: os alugueis podem ser uma fonte de complemento para a renda familiar no fim do mês;

Rentabilidade a longo prazo: a tendência é que o imóvel se valorize ao longo do tempo, sendo, muitas vezes, superior a aplicações em renda fixa, o que confere ganho patrimonial ao investidor.

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