Economia

Como o aumento dos preços está impactando a economia do Brasil

Foto: Tania Rêgo/ Agência Brasil

Crisley Cavalcante
economia@ootimista.com.br

Puxado pela alta dos preços dos combustíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, subiu 0,98% em Fortaleza no mês de abril, acompanhando a tendência nacional (1,06%). Com o resultado, os preços na capital cearense acumulam aumento de 4,23% nos quatro primeiros meses deste ano, e de 11,56% em 12 meses, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além dos transportes (2,17%), itens de vestuário (1,47%), saúde e cuidados pessoais e alimentos e bebidas (1,25%) puxaram o aumento da inflação em Fortaleza. No caso dos transportes, os preços dos combustíveis, que continuam em escalada, subiram 3,20% em abril. Nos últimos 12 meses, registraram alta 12,13%.

No País, o avanço de 1,06% no IPCA de abril foi o maior resultado para o mês desde 1996 (1,26%). No acumulado do ano, a inflação já subiu 4,29%, e 12,13% nos últimos 12 meses. Assim como em Fortaleza, no Brasil, a alta dos preços foi puxada pelos grupos de alimentação e bebidas (2,06%) e transportes (1,91%).

Na avaliação do economista Ricardo Eleutério, a economia brasileira está em um momento extremamente desafiador, com aumento da inflação, dos juros e taxa de desemprego ainda em dois dígitos. “A inflação continua deteriorando o poder de compra das famílias. As causas são diversas, como o conflito entre Rússia e Ucrânia, que puxou o valor das commodities para cima, e o aumento dos combustíveis, em razão da política de preços da Petrobras”, observa.

Ele observa que as medidas de combate à inflação, como a elevação da taxa básica de juros (Selic), adotada pelo Banco Central, não têm sido suficientes para enfrentar o problema. “Temos outros elementos que pressionam, que são os custos da chamada inflação de oferta, e também uma inflação chamada de autônoma, que começa a se manifestar quando atinge patamar de dois dígitos. Nesse cenário, a pressão inflacionária é maior para as famílias de renda mais baixa, que sente mais o aumento nos preços de alimentos, bebidas, transporte e habitação, por exemplo”, afirma.

Fábio Castelo Branco, membro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), reforça que a inflação segue em alta mesmo com o aumento dos juros, o que evidencia política não eficaz. “Vale lembrar que, nesse cenário, o impacto vem sendo maior sobre os preços dos combustíveis e alimentos, o que pesa muito no bolso do consumidor brasileiro, reduzindo o poder de compra das famílias, sobretudo, da população menos favorecida. No cenário internacional, temos o conflito no Leste Europeu, que reduz a oferta de vários produtos, contribuindo com esse cenário de inflação”, diz.

 

Alimentos e combustíveis estão entre os produtos que mais pesam no bolso do consumidor

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